sexta-feira, 29 de abril de 2011

Stacking - Matryoshkas em Ação

Charlie Blackmore era um feliz matryoshka (boneco russo de porcelana). Ele e sua família viviam alegres em uma casinha até que um dia seus irmão foram raptados e forçados a trabalhar para pagar as contas de casa. Por ser o menor boneco do kit - e, consequentemente, não sendo capaz de fazer um bom trabalho escravo - ele é deixado para trás. Cabe a ele agora usar a inteligência para conseguir encontrar e resgatar seus familiares das mãos do terrível Barão.
A Double Fine, produtora de Tim Schaffer lançou Stacking.
Como deu pra perceber, bonecas russas são tema do jogo.
A narrativa transcorre como se fosse um filme mudo, só que com matryoshkas ao invés de atores. Isso, aliado aos protagonistas roliços está formado o ambiente propício para aventuras inusitadas e malucas - uma formula ideal para o estúdio de Schaffer.

A mecânica do jogo também é uma velha conhecida dos fãs do designer, incorporando diversos elementos dos Adventures para resolver quebra-cabeças e enigmas. A habilidade de Charlie é entrar em bonecos maiores e cada boneco que encontra no caminho possui características que são úteis de alguma forma. As variações vão desde uma menina fazer uma bola de chiclete, uma boneca sedutora que atrai a atenção dos homens e até um homem chave que abre portas.
Cada estágio possui uma série de desafios que o protagonista deve resolver e cada um possui diversas soluções. Ao encontrar uma solução, o puzzle volta ao normal e o jogador pode tentar encontrar outras formas de resolvê-lo. Isso vai se repetindo até que todas as soluções sejam feitas - o que geralmente acaba resultando em uma Conquista/Troféu.
A mecânica é boa, porque não é raro encontrar jogos do gênero que têm puzzles que não fazem o menor sentido para o jogador. Com isso, "Stacking" cria uma variante que permite não só o uso de soluções malucas, como outras mais simples e diretas ao ponto. Por exemplo, para entrar em uma festa sem ser convidado, basta levar a bela senhora para frente do segurança e chamar a atenção dele para longe da porta ou entrar por um duto de respiração.
Em estágios mais avançados é possível fazer combinações das habilidades dos bonecos, o que aumenta a diversidade de desafios e a diversão com mais situações singulares.
Se por um lado isso aumenta as opções de como resolver os desafios, por outro criou um grande problema para os desenvolvedores. É desagradável ter que ir e voltar para um ponto do cenário a todo instante para buscar o boneco certo para resolver um enigma. Além disso, em certos cenários existe a sensação de que o jogo se estende em demasia - e que força mais as infinitas idas e vindas.
Outro ponto que poderia ser melhorado está na vilã comum dos jogos com visão em terceira pessoa: a câmera. Em certos momentos Charlie precisa passar em locais apertados e aí não é incomum o jogador ficar desorientado.

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